Tivemos a oportunidade de conhecer o processo e o resultado da obra do Claustro do Rachadouro pela lente do fotógrafo André Príncipe. Inspirámo-nos na simplicidade e contenção do projecto, que representa uma definição única de luxo.

A concepção do nosso livro foi orientada por três princípios fundamentais: o património do monumento, as práticas monásticas de escrituração, e a estética minimalista do projecto.

Adaptámos um modelo de página manuscrita cisterciense para se adequar ao formato da série e a uma arquitectura de leitura contemporânea. Subvertendo os cânones manuscritos, combinámos as fontes Arnhem e Modern Gothic para as línguas portuguesa e inglesa, o que nos ajudou a criar um layout de duas colunas de texto que lembra os manuscritos medievais europeus. Este layoutfoi inspirado pela prática de deixar espaço em branco para iniciais decorativas, tal como os caracteres de preenchimento usados pelos escribas no passado. Este conceito ressoou no projecto de arquitectura e adicionou uma narrativa interessante ao design do livro.

Para reproduzir as imagens densas e muitas vezes escuras, selecionámos um papel couchê com textura, de qualidade mate e volumosa para não contrastar muito com o papel não revestido escolhido para as páginas de texto e desenhos dos arquitectos. O layout das páginas de imagem alterna casualmente entre a arquitectura das páginas de texto e uma estrutura de página mais contemporânea, com margens menores e iguais.